Dia 2 de novembro, ciclistas que subiam ao Caraça viram uma anta macha, morta ao lado do asfalto. O corpanzil foi levado num caminhão para o Museu da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Do fato foi lavrado um boletim de ocorrência, pela Polícia Ambiental, indicando de onde e para onde o animal estava sendo levado.
Duas informações para os leitores: Primeira, o susto, quando pensamos que fosse o macho que tem visitado o adro da igreja e vem comer do que é preparado para o lobo-guará. A anta é herbívora, come capim, folhas, cascas de árvores e muita fruta, mas tem vindo por causa do cálcio dos ossos e do sal. Na noite do dia 4, o visitante reapareceu, não fantasma ou alma penada, mas ele mesmo, em carne e osso. Segunda: Este aproveitamento pelo Museu é parte da política que os biólogos recomendam: um animal morto mas intato pode ser taxidermizado para ampliar ou completar uma coleção. No Caraça, se conservam num freezer os exemplares encontrados na estrada e nas trilhas ou batidos nos vidros do Museu. Se as carnes se perderam, o esqueleto pode ser aproveitado. Daí a importância dos convênios com as instituições de pesquisa e a utilidade do boletim de ocorrência.
Padre Lauro Palú, C.M.