De 12 a 22 de junho, estiveram no Caraça amigos franceses, que nos tinham visitado em 2013. Desde então nos escrevemos muitas vezes. A mãe, Vanessa, se preparou para receber a Crisma e me convidou para padrinho. Não pude ir a Nantes, para a festa, mas me fiz representar. Vieram novamente visitar o Caraça e curtiram bastante os dias que passaram conosco. Pedi que escrevessem um pouco de suas impressões e responderam assim (vou traduzir as palavras deles e colocá-las na ordem em que aparecem na fotografia que fiz, enquanto esperávamos o lobo-guará: Vanessa e Florent, os pais, e os filhos Ana (no colo), Gabriel, Chu Yao (a chinezinha!) e Estéban.
Vanessa: “Para mim, o Caraça é um lugar único, porque ao mesmo tempo é um lugar de reflexão espiritual e um lugar de expressão da Natureza virgem, selvagem, que me ajuda a saber quem eu sou e reforça meu Amor pelo planeta e pela Humanidade, apesar das dificuldades atuais. E é o senhor, Padre Lauro, quem faz a ligação entre os dois.
O senhor ensina a ver-nos a nós mesmos, a olhar os outros e a Natureza. Encontro minha força e a coragem de defender minhas ideias, nesse ambiente. Trouxe livros de filosofia para os meus filhos, discutimos muito o tema da Natureza, dos povos aborígenes, das crianças e ainda a política, o urbanismo, a economia.
Desde que saímos daí, as crianças cantam juntas os cantos da missa em português.
É isso aí. Espero que estes testemunhos lhe digam como nos sentimos.
Eis o que escreveram as crianças e meu marido Florent.”
Florent : ” A natureza virgem do Caraça me lembra a importância de proteger nosso planeta”.
Ana (7 anos): “Fiquei muito feliz de vir ao Caraça e rever o Padre Lauro. As missas eram alegres. O lobo era muito bonito. Gosto muito da natureza do Caraça. Espero voltar daqui a quatro anos.
Tenho vontade de ser veterinária para proteger os animais do Caraça. Gosto de caminhar devagarinho para observar a natureza à minha volta”.
Gabriel (13 anos): “Adorei a calma da natureza e gostei de ficar longe das cidades. Também adorei rever o Pe. Lauro e ver o lobo. As pessoas que trabalham no Santuário são muito gentis. Comecei a aprender português e aprendi a observar as árvores, as flores, os passarinhos”.
Chu Yao (10 anos): “Fiquei feliz por rever o Pe. Lauro. Gostei de estar na natureza, de ver o lobo e de tomar banho nas cachoeiras”.
Estéban (14 anos): “Nosso jeito de viver foi diferente do habitual. A natureza é sublime. O amor à Natureza que o Pe. Lauro nos mostra é um exemplo para mim. Devemos proteger as reservas da fauna e da flora”.
E ainda Vanessa: “Esquecia-me de pedir-lhe que agradeça a todas as pessoas que trabalham no Caraça. Ficamos muito tocados pela gentileza de todos. Sentimos muito ao despedir-nos e já pensamos em voltar para visitá-lo outra vez.
Estes dez dias me ensinaram muito: assistir à sua missa, entender um pouco e adivinhar outro tanto, a natureza, os animais, minha família.
Eu não ousava incomodá-lo durante o dia, mas o senhor me ensinou muito por seu ‘jeito de ser’. Não fui educada na religião católica, não tenho nenhuma educação religiosa e não entendo facilmente a leitura dos Evangelhos: mas acredito que esses dez dias no Caraça me ensinaram muito sobre o Amor, a Paz, a Harmonia…
No avião, comecei, um pouco por acaso, a ler um livro de Arnaud Desjardins (um daqueles da lista que lhe passei) e me ajudou a aprofundar um pouco o conhecimento de mim mesma. Estou sempre em busca de palavras de sabedoria e ficarei muito feliz por receber palavras ou conselhos de leitura da parte do senhor. Tento transmitir um pouco disto a meus filhos. Lembramo-nos sempre do senhor e o abraçamos com todo o nosso carinho”.
As referências ao meu nome são o modo delicado de agradecerem minha ajuda, falando-lhes e explicando tudo em francês. (O atendimento nas várias línguas vai nesta ordem, em geral: português, inglês, espanhol, francês e italiano). Até 1º de julho, recebemos este ano visitas de 36 países. Os últimos: Síria, Paraguai e Guiana Francesa.
Pe. Lauro Palú, C. M.