Localizado entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, o Santuário do Caraça, de mais de 12 mil hectares, é um dos principais destinos turísticos da região e importante reserva ecológica. Em parceria com a Prefeitura Municipal de Santa Bárbara, foram adicionados profissionais à equipe de prontidão para preservação e combate a incêndios.
Segundo Márcio Mol, gerente-geral do complexo, foi contratada “uma equipe profissional de brigada para atuar diretamente no período de seca. São quatro brigadistas e um coordenador, que já começaram os trabalhos com veículo e equipamentos específicos para o controle e monitoramento, além de combate a incêndios. Com isso, oferecemos maior segurança aos nossos visitantes e turistas, pois, além de atuar na prevenção e combate a queimadas, a equipe estará em constante monitoramento de todos os atrativos do complexo”.
Além da brigada, ações educativas também foram implementadas. “Estamos fazendo vistorias e monitoramento de toda a área da reserva de forma constante, treinamentos para a equipe do Santuário do Caraça e capacitações para os voluntários. Tudo para evitar possíveis problemas, como o que tivemos no ano passado, quando, o Santuário do Caraça foi cenário de uma situação triste e que exigiu o empenho de vários profissionais para o combate às chamas que acabaram atingindo muitos hectares”, concluiu.
Tragédia ambiental
Foram cerca de 1.800 hectares de matas atingidas pelo incêndio florestal entre o final de julho e o início de agosto do ano passado. O trabalho de combate às chamas envolveu o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, principalmente as guarnições de Mariana, Ouro Preto e Belo Horizonte, assim como o grupo Previncêndio, o Instituto Estdual de Florestal, a Política Militar de Meio Ambiente e outros agentes.
Na ocasião, não foi possível identificar a origem do incêndio. De acordo com Douglas Henrique Silva, biólogo do Santuário do Caraça, “o estrago poderia ser muito maior, mas graças ao apoio de muitas pessoas, o foco foi debelado. Não sabemos como o incêndio começou, mas tudo indica que não é natural. Por muitos anos, os moradores da nossa região ainda cultuam a prática de colocar fogo para renovar as pastagens ou para simplesmente limpar os quintais. Precisamos rever essa prática, atualmente existem alternativas mais ecológicas que podem ser utilizadas”.
Prevenção
A gerência da reserva divulgou orientações para evitar o início de focos de incêndio e sua dispersão. É proibido acampar na área, fazer fogueiras, acendar velas nas áreas de vegetação, deixar lixo nas trilhas, bem como bitucas de cigarro. Além disso, é preciso evitar queimadas em quintais próximos à área da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
O complexo, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Estadual desde 1955, é lar de um enorme diversidade de fauna e flora. O território integra a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de BH, onde começam duas grandes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do Rio Doce. Além disso, faz parte de duas reservas ecológicas, as Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço do Sul e a da Mata Atlântica.
O Santuário do Caraça segue aberto para visitas.
Fonte: https://www.em.com.br/