O Ecônomo do Caraça, Pe. Luís Carlos do Vale Fundão, sempre atento às necessidades da Casa, nestes últimos anos, sob a coordenação do Pe. Wilson Belloni e agora do Pe. Lauro Palú, tem feito reformas e “obras” em vários setores.
A nova portaria e o novo asfalto
Para quem chega atualmente ao Caraça, a primeira coisa que impressiona é a nova portaria . Antigamente, a porta de entrada no Caraça era a PORTEIRA DA SANTA, que ficava na altura da portaria antiga, agora substituída pela portaria nova, começada pelo Pe. Donizete e terminada pelo Pe. Luís Carlos. Ali nos recebem os funcionários, de manhã e de tarde, e podem atender-nos, se houver necessidade, os vigias e seguranças que trabalham de noite. Antes da portaria propriamente dita, fica o portão, acionado por controle remoto. Na portaria, as barreiras também são automáticas, acionadas pelos funcionários, após o atendimento dos visitantes e hóspedes.
A estrada asfaltada foi refeita e não apenas remendada; em 2013, começou o trabalho do DER de Minas Gerais, recuperando a estrada do Caraça. Máquinas removeram, misturaram, reciclaram o asfalto anterior, já bastante precário, sendo seguidas pelas pesadíssimas máquinas que vinham socando e compactando o terreno, onde se misturou a terra, mais de um palmo em toda a extensão, com os restos do asfalto, uma boa quantidade de brita e cimento. Feita a estrada, foram pintadas as faixas de trânsito, preparadas e caiadas as canaletas laterais e finalmente fixados os “olhos-de-gato”, pouco aparentes de dia, mas brilhantes, branco, amarelo e vermelho, durante a noite, tornando nossa estrada muitíssimo segura, sensação que se tem quando saímos da BR 381, malfadada como rodovia da morte…
Refeitórios, padaria e cozinha
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Foi reformado o refeitório Pe. Tobias (do café da manhã), com renovação do piso, melhoria no sistema de iluminação e construção da padaria, onde hoje se fabricam dezenas de tipos de pães e bolos, além de uma variedade enorme de biscoitos. Muito apreciada a reforma do fogão a lenha, onde os turistas se amontoam, para fritar ovos na chapa, esquentar e derreter o queijo, tostar a mortadela, preparar sua panqueca, etc. Seguiu-se a reforma da despensa e da cozinha, onde as secções foram separadas, para preparo das verduras, lavagem dos pratos, guarda dos utensílios, etc. Dali se passou ao refeitório grande (São José), com a adequação dos espaços para o serviço individual nos “fogões” (elétrico, para esfriar as saladas, e a lenha, para aquecer o self service), e para as mesas, especialmente a já famosa mesa dos doces e sobremesas aos sábados e domingos.
Casa das Sampaias e dos pesquisadores e os quartos
Por causa do problema da umidade ambiente, os quartos do Caraça são constantemente revistos, frequentemente pintados e diariamente arejados. Atualmente estão disponíveis 149 leitos, sem a Casa das Sampaias, que está em processo de reforma. Também entrará em reforma urgente a Casa dos Pesquisadores. No Engenho, francamente preferido por muitos hóspedes, por causa dos quartos novos, onde não há sinais de mofo e tudo parece recém-inaugurado, a ocupação tem aumentado muito, possibilitando ao Caraça ampliar o atendimento, especialmente nos feriados prolongados e nas férias.
Reforma da adega e queijaria
A adega foi toda adequada às normas da saúde pública e dos ambientes de serviços sociais: pavimento, paredes, teto, máquinas de aço inoxidável, dornas metálicas, não mais as antigas de madeira. Houve treinamento dos Funcionários, com acompanhamento e assistência das entidades técnicas, universidade de Viçosa, Emater, etc. Retomamos a fabricação do hidromel, já fizemos as tinadas de fermentado de jabuticaba, vamos em seguida ao vinho de uva. E a ideia é retomar as várias produções tradicionais do Caraça: a grapa ou graspa, os fermentados, licores e conhaques de laranja, manga, banana, milho, etc.
No Engenho, foi reformada a queijaria, dentro do processo de criação da região queijeira Entre Serras do Caraça e Piedade, apoiado pela Estrada Real e a FIEMG. Para a matéria prima, depois dos treinamentos dos Funcionários na região queijeira da Canastra, o Irmão Admar Francisco de Freitas fez vir um plantel de vacas leiteiras, de qualidade.
Reativação do pomar, horta, estufas e selo de qualidade
Ainda no Engenho, houve reativação do pomar, em local mais soleado, com orientação da Universidade de Viçosa, que nos enviou Professores e Alunos, para nos orientar no plantio, no cuidado e nas podas (e o Caraça fica sendo um campus de treinamento para a moçada). A antiga horta do Engenho está sendo refeita e dirigida pelo Pe. José Gonzaga de Morais, com os Funcionários treinados também pela Emater e Viçosa. (No Caraça, a “explosão demográfica” dos jacus impede qualquer cultivo útil ao ar livre: só conseguimos as verduras nas estufas. E ali estão sendo cultivadas muitas verduras tradicionais, já caídas no esquecimento ou desaparecidas na região e que estamos multiplicando e difundindo entre os produtores da região, com as mesmas orientações técnicas de Viçosa, Emater, Fiemg, Estrada Real e seus agentes multiplicadores).
Na Prefeitura de Catas Altas, o Caraça conseguiu os selos de qualidade para seus produtos: vinhos, fermentados, hidromel, pães, bolos, doces em calda e em barra, queijos, etc.
Sinalização das trilhas
Os 40 atrativos do Caraça (o Pe. Tobias gostava de repetir a exclamação de um turista: Ô lugar pra ter lugar!”) estão agora bem sinalizados. Os turistas apreciam o conjunto de informações, como a distância total, a partir da frente da igreja, o grau de dificuldade, o tempo previsto de caminhada, as indicações complementares e os cuidados a tomar, etc. É claro que sempre escapa alguma coisa, mas o projeto foi bem preparado pela Coordenadora Ambiental do Caraça, a bióloga Aline Lopes Abreu, com um financiamento da empresa Anglogold Ashanti.
Barragem do Tanque Grande
Primeiro, foi um achado casual, mas era Deus nos ajudando com sua Providência. Apareceram, na barragem do Tanque Grande, um, depois dois e três e quatro buracos, que se alargavam e aprofundavam, com uma água que corria constantemente, já no fundo dos buracos, entrada primeiro nos lugares onde apodreceram as raízes das árvores que acabaram crescendo, com o tempo, sobre a barragem de terra. Ficamos literalmente apavorados com a possibilidade do rompimento da barragem, cujas consequências poderiam começar já na ponte do Caraça e se prolongar na ponte depois do Sumidouro e em toda a baixada caracense, com tanta gente morando à beira do rio… Recorremos a Deus e aos Santos, ao DER, à Prefeitura de Catas Altas, a uma firma especializada em segurança de barragens, etc. O DER nos ajudou com técnicos, mandou um pouco de material, deu as orientações e acompanhou quase diariamente, por nossas fotos e nossos e-mails, o que estávamos fazendo. Nossos Funcionários, chefiados pelo Daniel Júnior Muniz, foram incansáveis, imaginosos, esforçados ao máximo.
Tivemos que baixar o nível da água em mais de três metros, com grossos mangotes, para aliviar a pressão na barragem. Era triste ver o Tanque Grande reduzido, com margens ressequidas rachando com o sol; mas também foi muito instrutivo percorrer as margens e fotografar os rastros e os excrementos de todo tipo de mamíferos que iam beber as águas do Tanque e por ali se aliviavam…
As obras consistiram em vedar as saídas de água para a usina, atualmente desativada, em forrar a barragem com uma fila de sacos de areia e cimento, cobri-los com a manta plástica, recobri-la com outra camada de sacos (3.400 sacos no total), encher os buracos iniciais de areia e cimento, na mistura técnica recomendada, e bendizer a Deus que nos assistiu, antes, durante e depois da obra.
Ponte do Bode e barreiras de pedras
Quando se refez a estrada, a partir de abril de 2013 foi pedido uma atenção especial para o trecho entre o Banho do Imperador e a ponte do Lara Rezende, pois o barranco descia verticalmente para a água, sem nenhuma beira de terra que nos protegesse de um desbarrancamento sério, sobretudo porque, do outro lado da pista, não há espaço para desvios, pois é a base do cerro do Calvário, em pura pedra. O DER fez esta obra até rapidamente com “gaiolas” de arame galvanizado que foram enchidas de pedra umas sobre as outras, protegendo-nos, esperamos que definitivamente.
Já fazia bem alguns anos que caíra a última tábua útil da Ponte do Bode, que liga o Calvário com o lado de lá do rio, poupando quase uma meia hora de caminhada para quem vai à Bocaina pelo Bosque do Pe. Leite.
Os eucaliptos vieram de perto do Buraco da Boiada. As tábuas foram compradas. Faltam os corrimãos e a proteção lateral, mas já se passa com segurança, porque a ponte é larga e sólida. Só a vista dessa passagem já anima os turistas a enfrentar novos caminhos e chegar aos lugares mais rapidamente, em segurança. Todo o trabalho foi feito por nossos Funcionários.
Padre Lauro Palú, C.M.