Voz do Caraça: Padre Lauro Palú, como diretor, pode dizer em duas palavras o que achou da grande caravana dos Ex-Alunos ao Caraça?
Padre Lauro: Prefiro ressaltar umas linhas de força: – termos tido a caravana; – ter sido tão animada e bem sucedida em tudo, até no plantio das árvores (e o que elas significam vai ficar pelos séculos, levantando a Deus seus braços abertos em oração, como fazem os pinheiros que multiplicamos); – sentimos algumas ausências substanciais (gente que nunca faltou) e também algumas presenças significativas (como quem veio doente e não poderia vir sozinho, veio com filhos ou filhas no apoio e ao volante…); – tivemos gestos de saudade, como os abraços, a aula, a sessão da academia, mas também ações para a frente, como o incentivo para a entrada dos Amigos, não só dos Ex-Alunos, o planejamento de reuniões para motivar os hóspedes constantes do Caraça a se filiarem à AEALAC. – Para quem tivesse ideia de que o seminário era triste ou fechado, duro ou pouco humano, era só ver nossas conversas, nossas lembranças e descobrir o quanto fomos privilegiados por ter estudado no Caraça, em Petrópolis, Mariana, Diamantina ou no Engenho.
O Martyrologium e os cantos em latim soam um pouco estranhos, pois mais ninguém os entende ou acompanha. Os cantos polifônicos do Coral Crescere poderiam ser apresentados como concerto, um item do programa, como foi a “aula” e foi a “academia” (TÃO DIFERENTE! Quem contaria aquelas anedotas, antigamente?!). Achei justa a apropriação da Prainha, agora Prainha dos Ex-Alunos (dos seus filhos, dos seus netos…).
Houve gente que se confessou e voltou a comungar. Houve gente rezando sozinha na igreja. Por tudo isso, louvado seja Deus!
Eu olhava tanta gente boa, de qualidades, de liderança, seu espírito jovem, sua educação, e pensava: Quem dera estivessem todos na ativa em nossa Província, missionários, superiores de casas, formadores dos nossos atuais seminaristas… Olhava suas esposas e pensava: Que sorte que tiveram. O Caraça soube formar gente de coração e caráter, melhorou muito nossa raça humana!
Cansei-me muito, nos três dias, falando o tempo todo, sobretudo recuperando coisas tão preciosas como nossa convivência no Caraça e em Petrópolis e nossos caminhos divergentes, contrastantes, paralelos, convergentes, unidos, nosso canto uníssono, nossos sonhos repartidos.
Saudade a gente tem é de si mesmo, de quando e quanto estávamos felizes quando estávamos lá, naquele tempo, com aquelas pessoas. E agora ali, gostando de novo, saboreando de novo. Uma delícia, uma felicidade só.