Uma curiosidade presente na disposição dos altares da Igreja neogótica do Caraça é que todos eles são dedicados a um Santo homem, com exceção do altar principal, dedicado a Nossa Senhora, invocada como Mãe dos Homens. Essa disposição planejada e organizada pelo construtor mostra elementos culturais do final do século XIX, quando o templo foi construído, especialmente elementos culturais da formação presbiteral, marcada pelo celibato e pela ascese necessária à busca do conhecimento.
Sob o altar dedicado a Santo Antônio encontra-se uma lápide, indicando a proximidade do local, na primitiva Ermida, onde foi enterrado o corpo do Santo Fundador do Caraça: o Irmão Lourenço de Nossa Senhora. Infelizmente, quando iniciaram a construção da atual Igreja, seu corpo não foi encontrado nem foi achado o local exato de seu sepultamento. O que se sabe é que foi sepultado na primitiva Ermida, como muitos outros que por aqui passaram e aqui morreram.
Outro fato que merece destaque para ser mais bem observado por todos que freqüentam o Santuário do Caraça é o reflexo dos últimos raios de sol em certas épocas do ano. Em setembro, próximo ao equinócio da primavera, os últimos raios de sol sobem os degraus da entrada da Igreja e iluminam diretamente o sacrário, bem no centro do altar-mor. No solstício de inverno, 21 de junho, o sol se põe mais à esquerda e seus últimos raios beijam os pés da imagem de São Francisco, patrono secundário do Santuário, localizada em um dos altares do lado direito da Igreja. No solstício de verão, 21 de dezembro, o sol, pondo-se mais à direita, ilumina com o reflexo de seus últimos raios a imagem de São Vicente de Paulo, fundador da Congregação da Missão, situada no lado esquerdo da Igreja.