Há muitos anos, São Tomé defendera a ideia de que só acreditaria na ressurreição de Jesus Cristo se o visse novamente com seus próprios olhos. Dias depois, ele não só viu o Salvador, como o tocou e sentiu a sua vida. Após quase duas semanas longe do Caraça, o equívoco do discípulo torna-se nitidamente claro para todos os alunos: todos ainda sentimos o Santuário, mesmo não o vendo, como se agora fôssemos, para sempre, parte dele.
Não se pode nem mesmo descrever com exatas palavras a experiência que foi estar, mais uma vez, nesse espaço único chamado de Caraça. Afinal de contas, nem mesmo Dom Pedro II conseguiu fazê-lo, ao se apaixonar completamente pelo lindo lugar.
Cada momento que passamos nesse pequeno paraíso mineiro fez com que os olhos de cada aluno brilhassem eternamente. Todos esperavam ansiosos pela ida para esse especial lugar, desejando, mesmo que por poucos dias, voltar a sonhar grande. Neste Santuário, a imaginação não encara limites. Não é somente um lugar cheio de magníficas maravilhas, repleto de pessoas cheias de amor. O Caraça mostrou ser, principalmente, um lugar em que podemos voltar.
Depois de todo esse tempo, o Caraça é, acima de tudo, um lugar de retorno. Um espaço em que podemos ser novamente crianças. Não há ira, medo, distância. Nos corredores da escola, muitas vezes, trocamos olhares, cumprimentos e, no máximo, sorrimos para os mais conhecidos. Porém, aqui, não há impessoalidade ou reserva. Todos são iguais, todos estão lado a lado, todos são irmãos. Nós nos tornamos irmãos, ano após ano. Aula após aula. E no Caraça, a parceria e o amor se fortalecem. Nós nos tornamos um. Passamos a cuidar uns dos outros, não somente porque nos respeitamos, mas, muitas vezes, porque nos amamos.
Christine Lobo
(3º ano do Ensino Médio do Colégio São Vicente de Paulo, Rio de Janeiro.)