No dia 23 de abril, aconteceu no Santuário do Caraça o lançamento da Campanha Meu Querido Pau Brasil, em Minas Gerais, com o principal objetivo de modificar a consciência dos brasileiros a respeito da importância da preservação ecológica e da responsabilidade de todos na construção de um novo mundo que é possível.
Promovido pelo Instituto Casa do Pau Brasil, pelo Colégio São Vicente de Paulo (RJ) e pelo Santuário do Caraça, o evento foi marcado por uma Celebração Eucarística, cuja ideia central era ressignificar a primeira liturgia católica rezada em terras brasileiras. Assim como há séculos, no início da colonização, a Missa representou o início da exploração e do domínio europeu sobre o novo mundo, esta agora visava retomar o amor à natureza, a harmonia dos povos e a construção de uma nova mentalidade nacional, baseada em valores permanentes e na preservação do ecossistema, da casa comum de todos os seres.
O objetivo primeiro deste projeto é esta conscientização e valorização da natureza em vista da recuperação do mundo degradado pela exploração. Concretamente, o projeto deseja, até 3 de maio de 2012 (dia do Pau Brasil), plantar 1000000 de árvores em todo o território nacional, começando pelas escolas públicas e privadas, lugar da produção do conhecimento, da divulgação de novas ideias e da formação da consciência das novas gerações.
O Santuário do Caraça se alegra por ter sido escolhido para este ponta-pé inicial em Minas Gerais, Estado tão marcado pela mineração e pela destruição da natureza em vista do progresso econômico e do desenvolvimento industrial e mínero-metalúrgico. Ademais, o Caraça deseja ardentemente que, destas terras caracenses, preservadas e abençoadas pelo Deus da Vida, esta ideia do novo mundo possível e preservado se espalhe para todas as cidades e rincões do Estado e do país.
A seguir, um pequeno relato histórico sobre o Pau Brasil, extraído do site oficial do Projeto:
A primeira atividade econômica realizada em solo brasileiro foi a extração do Pau Brasil. Em menos de 100 anos, milhares de portugueses dedicaram-se a este negócio, que consistia basicamente em desmatar as florestas de Pau Brasil e levar sua madeira para Portugal, onde esta era comercializada para o resto da Europa. Ao final deste período, o Pau Brasil já estava próximo da extinção. Estes portugueses e seus contratados eram chamados em Portugal de “brasileiros”.
Brasileiro, portanto, antes de ser uma nacionalidade, era uma profissão, tal qual sapateiro, padeiro, engenheiro e pedreiro. Uma profissão ligada à depredação, rapinagem, destruição e exploração irresponsável e inconsequente de recursos naturais. Com o tempo, aqueles que aqui nasciam começaram a ser chamados de brasileiros, pois eram oriundos da terra da onde vinha o Pau Brasil, ou da terra do Brasil.
“Brasileiro” tem na sua origem etimológica e simbólica a marca da destruição. Esta marca nos caracterizou como um povo que, inconscientemente, destrói florestas, rios e diversas espécies de animais, em nome de interesses mesquinhos, egoístas e fúteis. Está no nosso DNA como povo. Os outros ciclos econômicos que se seguiram ao ciclo do Pau Brasil não deixam dúvida disto.
O projeto Meu Querido Pau Brasil pretende, através de uma grande ação de educação socioambiental, “substituir” de maneira simbólica o gene destruidor do nosso povo por um gene plantador e preservador de florestas e amigo do meio ambiente. Ao empreender uma ação que envolva todos os brasileiros em torno do plantio do Pau Brasil (e de outras árvores), queremos despertar no brasileiro o sentimento de responsabilidade pelo meio ambiente, tornando-o um parceiro da natureza e não o seu algoz. Corrigindo o primeiro desastre ambiental ocorrido no Brasil, quando nosso país ainda estava em fase de formação, pretendemos abrir caminhos para o nascimento de um novo sentido para a nossa nacionalidade. Já que somos uma profissão, que seja uma profissão de construção de um mundo novo.
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www.meuqueridopaubrasil.org