Conhece Hidromel?
“Hidromel?… O que é isso? Nunca ouvi falar? É de beber, é de comer? É remédio? Tem alguma coisa de mel no meio? Etc. Estas são respostas comuns quando se trata de Hidromel. Sem dúvida nenhuma, trata-se de uma bebida ainda bastante desconhecida no Brasil. Pior que isso, a minoria que conhece não tem referências de qualidade para comparação (por sorte, falamos com um francês no Caraça, que já havia provado em sua terra, e fizemos o teste com ele – ver nesta reportagem), pela baixíssima produção da bebida no país. Mas esta realidade vem aos poucos mudando em locais bem determinados, principalmente no eixo Rio/São Paulo, onde alguns restaurantes (mais refinados) começam a apresentar para seus clientes esta bebida mais que milenar. Consumida desde a antiguidade, sua fabricação é anterior à do vinho e seguramente à da cerveja. Na Grécia clássica se chamava melikraton e pelos romanos era conhecida pelo nome mulsum. Outros povos antigos que consumiam essa bebida eram os celtas, saxões e vikings. Também se sabe que uma bebida similar era consumida pelos maias.
Com o recente desenvolvimento da apicultura, parece que houve um renascimento da produção, aliada à propaganda. Hoje o Hidromel começa a ganhar dia a dia seu lugar ao “Sol”. Diariamente vemos notícias (google/youtube/redes sociais/TV/jornais) de que o Hidromel está sendo fabricado de modo amadorístico e profissional por vários produtores pelo Brasil afora.
No Caraça, a produção foi retomada recentemente. Quando da reforma da adega no ano passado, foram encontradas umas garrafas antigas do produto, segundo a gastrônoma e chef de cozinha do Caraça, Vani Pedrosa, foi um achado histórico. “Foi uma grande surpresa para nós, nos deparamos com garrafas de muitos anos de Hidromel, além de outros fermentados. Na verdade não estamos inventando nada nesta volta da produção do Hidromel, estamos apenas revitalizando uma produção tradicional do Caraça”.
Recentemente, o programa “Terra de Minas – TV Globo”, deu destaque especial para a bebida que recomeça a fazer parte da adega caracense. No programa, o maître do SENAC Maicon Rodrigues, falou das várias formas de se consumir a bebida, de preferência gelada ou acompanhada de gelo ou em um drink. “Para o programa, fizemos o drink com a uvaia e a geleia de jabuticaba; ficou fantástico, mostrando as possibilidades e potencialidades desta bebida maravilhosa”.
O diretor do Caraça Padre Lauro Palú, admirador de todos os produtos da Casa, em especial os da adega, tem uma opinião pessoal a respeito: “Ainda espero provar, quando estiver translúcido, para sentir exatamente o sabor planejado. O nosso é feito de mel e água, certamente com a fermentação ideal. Mas aguardo as várias combinações, com uva, maçã, especiarias, com a riqueza de cores e sabores que será possível obter. Terei alegria especial em poder saboreá-lo, com amigos, nas tardes do Caraça.”
Como toda bebida “desconhecida” e “perdida” no tempo, tivemos a curiosidade de fazer um teste com alguns turistas do Caraça. Confessamos também que não conhecíamos o sabor desta bebida. Ficamos igualmente surpresos, como segue relatado nestes depoimentos ao lado.
Depoimentos:
“Muito saboroso, sabor extremamente agradável. Como sou diabético, não senti muito o gosto do açúcar, para mim também, um ponto positivo. Acho que vou levar umas 3 ou 4 garrafas (risos)…”
“Como cardiologista, não gostei muito da ideia de ele provar. Mas em todo caso… Para mim, no primeiro momento, lembrou um vinho branco seco com um sabor bem ligeiro do mel. Muito bom, gostei!”
Sérgio Duval de Barros – Médico e Maria Letícia Moura – Médica
“Uma excelente surpresa. Nunca tinha ouvido falar. Como não sou um entendido de bebida, vou dar apenas minhas primeiras impressões. Não percebi de primeira o sabor do mel, mas depois ele aparece bem suave, ao fundo. Lembra bastante o vinho branco seco, como disse a Maria Letícia. Realmente fiquei satisfeito com a qualidade do produto. Parabéns aos produtores!”
Leonardo Caldeira Brandão
Fisioterapeuta/Aviador
“Numa primeira análise, posso dizer que o Hidromel do Caraça me surpreendeu: logo que provei senti um gosto pouco acentuado do mel, – para mim, um ponto positivo. O do meu país (França) fica bem mais evidente, mais forte. Cada um tem sua particularidade, mas o do Caraça não fica devendo nada aos da minha terra.”
Gelineau Nicolas – Técnico em informática