.
Quando se fala em excursões, viagens ou passeios, o mineiro, na maioria das vezes, sempre fala assim: A qual praia nós iremos este ano? O outro responde: Hááá, o Espírito Santo? Este ano não, já faz 10 anos que só vamos lá! E um terceiro retruca: Este ano vamos para o litoral fluminense. E assim por diante… O motivo deste falatório todo é obvio… Mas existe uma pequena turma que prefere mesmo é ficar aqui, entre as montanhas de Minas. E a nossa bela serra do Caraça está entre estes destinos e é nela que vamos excursionar agora.
Em uma rápida passada de olhos pelos estacionamentos do Caraça, dá para perceber que cerca de 30% das pessoas que vão ao Santuário chegam de ônibus. Um cálculo simples que pode ser feito bem rapidinho, colocando 1 ônibus para 15 carros… Mas isto é outra história, que depois vamos explicar.
E o nosso foco nesta reportagem são justamente os ônibus e seus passageiros. Há finais de semana em que o pátio “reservado” para os ônibus chega a ter 8, 9 e 10 ônibus, lógico, a maioria naquele famoso bate-e-volta. As placas são das mais variadas cidades e estados, com predominância das placas belorizontinas. É bonito chegar ao Caraça e ver aquele estacionamento cheio de ônibus e de gente de todo lado. E olhe que já houve época em que eram muito mais. Nas décadas de 1980 e 90, o estacionamento chegava a ter 20, 30 ônibus, um absurdo, que foi acabando aos poucos, para o melhor atendimento ao turista e a preservação do parque natural.
E dentro desses veículos onde cabem cerca de 50 pessoas, encontramos de bebês de colo, até idosos de 90 anos de idade, das mais variadas raças, culturas e religiões. Turmas que vêm muito ao Caraça são os estudantes, quer simplesmente para passear,, quer para fazer um estudo especifico; como foi o caso dos professores do CDF, um pré-vestibular de João Monlevade, que vieram para uma aula prática de biologia com seus alunos. “Para mim, não existe local melhor em nossa região para uma aula prática de biologia,. Temos aqui tudo que o aluno precisa para vivenciar de perto o que vê na teoria”, declarou o professor Carlos Antônio.
Outra turma que visita muito o Caraça são grupos da “terceira idade”, ou melhor, da “idade eminente”, um pessoal muito animado e alegre, que quer conhecer, andar pelas trilhas, ir às cachoeiras, ver o museu, fazer um lanche e saborear a comida deliciosa do restaurante. Um exemplo de vida e animação. E foi com eles que resolvemos andar um pouco pelas trilhas e lugares do Caraça. A coordenadora da excursão, Júnia Ivo, sócia da empresa de turismo IVOTUR, que sempre faz excursões periódicas ao Caraça, com pessoas da “melhor idade”, resolveu nesta vez mesclar um pouco e trouxe gente de todas as idades. “O Santuário do Caraça é uma das maravilhas da Estrada Real. É um grande privilégio poder usufruir toda a estrutura que ele nos oferece. É nos enternecermos dentro de sua riqueza histórica, cultural e ambiental. É um contato direto com a natureza, vendo e sentindo a presença de Deus em nossas vidas. É muito bom este passeio aqui à Serra do Caraça; quando vamos embora já ficamos com vontade de voltar”, falou, emocionada, Júnia.
Para o diretor do Caraça, Padre Lauro Palú, estas excursões são bem proveitosas, principalmente as visitas de estudantes para um passeio pelas matas e trilhas, acompanhadas sempre de uma novidade, uma nova descoberta. “Todos os anos, alunos do Colégio São Vicente (Rio de Janeiro), do qual foi diretor por pouco mais de vinte anos, estão aqui no Caraça. São crianças, jovens e professores, que ficam maravilhados com as belezas do local. Sempre que posso saio com eles pelo mato afora, para mostrar e explicar nossas riquezas, de fauna e flora”, declarou Padre Lauro.
O mineiro, na maioria das vezes, só pensa em ir para a praia na hora de viajar. Lembramos para todos que no Caraça também há uma Prainha no rio…