O 3º ano enfim chegou e, com ele, vários acontecimentos únicos. Dos mais entediantes aos mais emocionantes, a visita ao Santuário do Caraça com certeza se tornou um dos mais esperados por todos os alunos.
A ansiedade começa algumas semanas antes; a divisão de quartos, a quantidade de roupa necessária para levar, as 9 horas de viagem de ônibus… Cada detalhe se torna emocionante.
Chegou o dia tão esperado. A vida urbana é esquecida por um momento e o que importa agora é aproveitar cada segundo do ar fresco, paz e tranquilidade que o Caraça tem a oferecer.
Ao chegar lá, depois de feitas as formalidades, é hora de sair por aí buscando por todas as aventuras previamente prometidas, como as trilhas, cachoeiras, o pão de queijo mineiro e, é claro, o lobo-guará.
Entre trilhas, tombos e algumas picadas de mosquito, o Caraça é capaz de transformar qualquer um em amante da natureza. Posso dizer por mim mesma, que não troco meu shopping com ar condicionado por nada, que os 3 dias em que estive praticamente no meio do nada, sem sinal de telefone e deligada do resto do mundo foram muito melhores do que eu imaginava. A sensação de chegar à cachoeira depois de várias horas andando e sentir os respingos da queda d’água no rosto não tem preço, ainda mais quando você tem amigos para compartilhar de tal momento com você. Cair de bunda na lama (três vezes) nunca foi tão divertido.
À noite, depois das trilhas, banho, comidinha caseira e um bate-papo, é a hora de esperar a visita do nosso amigo lobo. O silêncio para atraí-lo, apenas com o som da voz do Padre Lauro chamando-o, traz uma calmaria sem fim. Quando ele aparece subindo as escadas, o coração para e fica até difícil de registrar o momento. A sensação é indescritível.
Chegado o terceiro dia, já é a hora de partir. Hora de voltar à realidade e às buzinas de carro frenéticas que a cidade nos oferece.
Acredito que nenhum texto vai ser capaz de expressar tudo que sentimos durante os poucos dias em que estivemos no Caraça. Para um aluno do São Vicente, especialmente, o Caraça é muito mais do que um ponto turístico; é o berço do nosso colégio e, agora, ainda é o lugar que abriga o Padre Lauro, nosso eterno diretor.
No final de tudo, a entrada no ônibus que simboliza o final dessa aventura vem recheada de lágrimas com as mais variadas razões, sendo a principal o caimento da ficha de que esse é o nosso último ano de São Vicente. Nunca foi tão difícil voltar para casa.
Como eu disse, nenhum texto vai conseguir mostrar o que cada um sentiu durante essa aventura, mas o que posso dizer com propriedade é que essa viagem vai ser lembrada para sempre em nossas vidas. Nossas relações uns com os outros foram fortalecidas debaixo dos tetos desse Santuário, e nós nunca vamos ser capazes de demonstrar, integralmente, nossa gratidão. Mas, não custa nada tentar.
Em nome de todos os alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio São Vicente de Paulo, obrigada, Caraça. Até a próxima.
Por Clara Campos Martins