No dia 19 de setembro houve no Caraça o Encontro da Família Vicentina. Desde que São Vicente de Paulo fundou as Voluntárias da Caridade (1617), a Congregação dos Padres e Irmãos da Missão (1625) e as Filhas da Caridade (1633), houve umas 300 Congregações e Associações, que vivem no espírito do Santo da Caridade. Em 1833, Antônio Frederico Ozanam fundou, em Paris, com colegas e professores universitários, as Conferências de História que passaram logo a ser Conferências da Caridade, que foram o início da grande Sociedade de São Vicente de Paulo, que hoje tem uns 800.000 membros em 150 países. Estiveram no Caraça centenas de Vicentinos dos vários municípios e distritos de nossa região.
Foi essa Família de São Vicente que se reuniu no Santuário do Caraça, para homenagear o Santo Fundador. Como no dia 27 os Confrades e as Consócias das Conferências terão sua festa regulamentar, os Vicentinos atenderam em peso ao convite do Pe. Lauro Palú, Diretor do Caraça e Reitor do Santuário. Também participou uma Irmã da Caridade e um Irmão da Missão, além do Pe. Lauro, que fez a abertura do encontro, com uma animada palestra sobre a vida, a obra, o espírito e a santidade de São Vicente, e depois celebrou a Santa Missa, que os Vicentinos cantaram extraordinariamente bem, com alma e coração, com bateria, música e fé.
Nosso repórter fotografou a multidão, durante a palestra, a missa e depois o lanche servido abundantemente ao lado do Museu do Caraça.
Na palestra, Pe. Lauro partiu da cena do juízo final, que Cristo contou, separando em dois grupos os que ajudaram e os que não ajudaram o próximo. Deus receberá no seu Reino eterno, preparado para nós desde a eternidade, os que tiverem ajudado os necessitados, nem que seja com um copo de água, um pedaço de pão, uma visita a um doente ou a um preso, uma palavra amiga. E mandará para o tacho, para o inferno preparado para o demônio e seus seguidores, os que fecharam o coração, os olhos e as mãos e não ajudaram quem precisava.O cristão não vai ajudar um Pobre para ganhar o céu: vai ajudar porque o outro precisa. Não usamos o Pobre para assegurar nossa recompensa no céu. É Deus que considera feito a ele mesmo o que fazemos ou negamos aos outros. Não precisamos nem saber que estamos fazendo para Cristo a ajuda que damos aos pobres e infelizes. Jesus contou que os bons perguntarão: “Quando foi que vimos você precisando de nós e o ajudamos?” Os de coração fechado também perguntarão: “Quando vimos você na pindaíba e lhe negamos alguma coisa?” Nós ajudamos os que sofrem porque os vemos na necessidade e é Deus que considera feito a ele mesmo o que fazemos de bom para os que choram e sofrem.No mundo em que há tanta carestia, tanta roubalheira, tantas violências, tanta fome e tanta insegurança, a presença dos Vicentinos deve ser uma esperança e uma promessa de paz e entreajuda, de solidariedade e respeito pelos mais humildes e abandonados. Os leitores são convidados a participar dessa grande Família solidária e servidora.