A 12 de abril de 1881, em visita ao Colégio do Caraça, D. Pedro II reconheceu sua biblioteca como uma das mais importantes do império. Um acervo que formou homens de bem e homens ilustres da história do Brasil e de Minas Gerais.
Dos quase 70.000 visitantes por ano no Caraça, uns 15.000 visitam a biblioteca e uns 3.000 querem conhecer melhor o acervo.
Professores, pesquisadores, alunos de universidades e escolas ficam deslumbrados com a riqueza cultural preservada no alto da serra. Muitos querem tocar ou encostar o dedo nos livros e dizer: “peguei no livro de 1500, 1600 ou 1700”. É muito gratificante perceber a emoção que estas pessoas demonstram. Alguns anos atrás, um visitante ainda adolescente (16 ou 17 anos) percebeu onde ficava o livro de 1489, perguntou se podia tocar e, claro, não concordamos. Aproveitando que nós funcionárias estávamos ocupadas com nossos afazeres do dia a dia, tocou no livro, saiu correndo e gritando: peguei no livro de 1489! Como repreender? Sinceramente, ficamos até emocionadas… Hoje, garantimos, a publicação está bem acondicionada.
Muito se comenta sobre esta biblioteca, principalmente, no meio universitário e em instituições relacionadas com acervos históricos.
Sempre que passamos por estas instituições surgem os questionamentos: E a Biblioteca do Caraça, conseguiram salvar muitos livros no dia do incêndio? A Biblioteca está sendo reativada?
Quantos volumes foram salvos?
O importante é que a Biblioteca continua viva, ressurgiu das cinzas. Obras de grandes filósofos, historiadores, cientistas, eclesiásticos, resistiram ao sinistro de 28 de maio de 1968. Hoje o acervo, tanto da biblioteca como do arquivo histórico e fotográfico, está acondicionado em estantes deslizantes e depósito com controle de umidade relativa, para prevenção de fungos e insetos nocivos ao papel.
Durante o ano, algumas escolas agendam visita de alunos para conhecer e consultar o acervo da biblioteca. Da UFOP recebemos todos os anos 4 turmas para conhecerem o trabalho aqui realizado e consulta de obras como: livros de gramática antiga, biografia de santos, história, etc.
Alguns pesquisadores também nos procuram para realizar consultas tanto em livros como em documentos do arquivo. Como exemplo no final do ano passado, um professor do estado do Espírito Santo aqui esteve para consultar uma publicação de matemática do ano de 1754, chave para o estudo de trigonometria de sua tese de doutorado. Uma professora de Juiz de Fora (UFJF) aqui esteve para consultar documentos sobre o fundador do Caraça Irmão Lourenço (o trabalho dela é sobre os eremitas mineiros). O documento mais antigo existente no arquivo histórico data de 1766, uma patente da Coroa Portuguesa autorizando o Irmão Lourenço a esmolar (pedir esmolas).
São mais de 18.000 documentos textuais e 4.500 fotos. Na área de educação, muitos mestrandos e doutorandos procuram informações sobre o ensino no Colégio do Caraça tais como: disciplinas, comportamento, regulamento, etc.
Estamos com projeto para colocar o acervo via on-line, facilitando a consulta do pesquisador interessado.
Os técnicos da Biblioteca Nacional Silvana Bojanoski – Chefe do Centro de Conservação e Encadernação, CCE, e Jorge Ricardo C. de C. Raposo da Câmara – Técnico em Documentação – FBN/PLANOR (Plano Nacional de Obras Raras) aqui estiveram em novembro de 2009 e reconheceram o acervo da biblioteca do Caraça como especial. Através de um relatório técnico acrescentaram algumas observações e recomendações quanto à conservação e preservação desse acervo.
Hoje a biblioteca conta com 25.000 livros. O acervo se encontra disponível para as comunidades do entorno e os pesquisadores interessados.
Para mais informações utilize nosso endereço eletrônico: bibliotecadocaraca@yahoo.com.br ou o telefone: (31)98978-3180 e também o site: www.santuariodocaraca.com.br