Docere, delectare et movere – Ensinar, divertir e impressionar.
As emoções aristotélicas no cinema
A “poética” de Aristóteles foi o tema central do 1° Seminário sobre Cinema, realizado pelas “escolas de filosofia e letras da UFMG” – Universidade Federal de Minas Gerais. O colóquio filosófico aconteceu de 10 a 13 de março, no Santuário do Caraça. Segundo umas das organizadoras do encontro, a Professora Maria Cecília Coelho (Filosofia – UFMG), o Caraça foi escolhido por ser um local de contemplação e meditação: “estar aqui, é como estar no paraíso, sem estar no paraíso”, declamou a Professora Maria Cecília, no adro da igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Nos quatro dias, além das discussões e análises do tema sugerido, foi exibido um filme por dia, nos mais variados estilos “aristotélicos” propostos, como riso e cólera, trauma, traição, inveja, comédia, épico, etc.: com destaque para o filme El Cid, estrelado por Charlton Heston e Sophia Loren, que conta a “trajetória” de Rodrigo Díaz de Bivar, mais conhecido como El Cid (Charlton Heston), herói espanhol do século XI que uniu os católicos e os mouros do seu país para lutar contra um inimigo comum: o emir Ben Yussuf (Herbert Lom). Rodrigo Diaz de Bivar morreu em Valência deixando uma lenda em torno de seu nome, tornando-se o personagem do maior poema épico da literatura espanhola.
Outra questão levantada no seminário foi mostrar a relação entre a cultura grega e a contemporânea, colocando o cinema como um fruto que tem suas raízes na forma helenística de pensar. Uma resolução do encontro foi discutir e exibir os filmes, todos, sempre focados nos temas sugeridos, sem implicar no seu enredo.
O encontro terminou na sexta, dia 13, com a exibição da comédia Smiles of a Summer Nigth, (Sorrisos em uma noite de verão). Ao final, na despedida, foi servido um lanche para todos. O que ficou de certeza é que o próximo encontro deverá ser realizado no Caraça, pois todos, sem exceção, ficaram bastante impressionados com as belezas do lugar.
Fram Emery – Ed. 106 – Jornal Voz do Caraça – Março de 2015