Atualmente, existe uma discução muito séria entre criar o PNSG ou permitir a implantação e operação do Projeto Apolo – exploração do mineração de ferro na região da Serra do Gandarela.
Caso seja aprovado o Projeto Apolo, a possibilidade de oficializar um corredor ecológico na região será mínima, visto que na prática, a gestão da Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul RMBH), não impede a instalação de empreendimentos de significativo impacto ambiental na região e a categoria de RPPN não impede a aproximação desses empreendimentos impactantes.
Diante de várias ações em defesa da conservação da Serra do Caraça, e precisamente da RPPN Santuário do Caraça, e cientes do modelo de gestão de uma APA, a Reserva encontra-se inserida em uma região cobiçada pela exploração do ouro, minério de ferro, bauxita e outros minerais de valor no mercado internacional.
A valorização exorbitante de minerais para abastecer o mercado de consumo da humanidade moderna, faz com que a região vivencie situações de conflitos entre o preservar e o minerar, ou seja, a extração dos recursos naturais não-renováveis, a descaracterização da paisagem da região, além da perda de biodiversidade local e peculiar do rebaixamento do lençol freático e também da mudança na cultura local.
Por causa da presença de minerais na região, existe um Projeto em análise na UNESCO, para aprovar a criação do Geopark Quadrilátero Ferrífero, onde a RPPN Santuário do Caraça está inserida na proposta, como Geosítio Caraça.
Para a UNESCO, criadora do conceito, o geoparque consiste em um território com limites definidos que apresente sítios geológicos de especial valor científico. Além da significância geológica, um geoparque deve apresentar também valores ecológicos, arqueológicos, históricos ou culturais inseridos em um processo de desenvolvimento sustentável que fomente projetos educacionais e de valorização do patrimônio cultural local. Entre as atividades compatíveis com a proteção do patrimônio geológico a UNESCO destaca o geoturismo.
O Geopark do Quadrilátero Ferrífero conta com sítios geológicos representativos da história geológica da região, associada à evolução global da Terra, e da história da mineração do ouro e do ferro no Brasil. A seleção dos sítios foi baseada nas recomendações do SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos).
Alguns destes sítios possuem infraestrutura turística e são abertos à visitação, como é o caso da RPPN Santuário do Caraça.
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