Passeando pelas salas do museu do Caraça, temos ideia histórica e romântica de como foi toda uma época naquele educandário. As camas usadas por Dom Pedro II e Dona Tereza Cristina, quando estiveram no Caraça, chamam bastante a atenção dos turistas, sendo motivo das mais frequentes fotos. Prataria, louças, moringas, panelas (de ferro, cobre, pedra e alumínio), ferramentas usadas naquele tempo, máquinas de costura, formas de sapatos, utensílios médicos e dentários, as camas dos ex-alunos com seus colchões e cobertas, objetos e imagens sacras, as fotos do Padre Lauro em suas exposições semestrais e mais uma “infinidade” de coisas que retratam a vida no tempo do colégio e do seminário. Com um pouco mais de cuidado e observação podemos notar, meio que escondidos, tabuleiros de xadrez, com suas 64 casas e suas 32 peças, que, nas mãos dos mais habilidosos enxadristas, se transformam em pura arte, intuição, estratégia, cálculo e xeque-mate… Portanto, o xadrez fez parte daquele educandário, jogado nos intervalos das aulas e nos recreios, uma arte ensinada pelos padres, depois pelos mais velhos aos mais novos que chegavam.
Padre Wilson Belloni nos contou certa vez que era um dos seus passatempos prediletos no final da década de 1940. Outra passagem interessante está registrada no livro “As atribulações de um caracense no Caraça”, na página 36. Diz o autor: “Aprendi a jogar xadrez e dama, jogos de tabuleiros. Era bom no pingue-pongue e até tinha um time de futebol – Tempestade Futebol Clube, mas viciado mesmo era no xadrez…”.
E depois desta lacuna de tempo, este jogo que encanta muitos volta a fazer parte, não só de história com suas peças e tabuleiros no museu, mas em torneios que se repitam, criem uma boa marca e iniciem uma corrente de gente grande e pequena…