Professores e Alunos da Universidade Federal de Minas Gerais realizaram no Caraça, de 14 a 16 de dezembro, um workshop em “sinalização intracelular”, como homenagem ao Professor Wamberto Antônio Varanda (USP – Ribeirão Preto). Como Diretor do Caraça, apresentei rapidamente a história e a rica biodiversidade de nossa Reserva Particular do Patrimônio Natural. Alguns alunos e professores da UFMG, da Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto), da Estadual de Campinas, das Federais de Uberlândia, do Piauí e de Sergipe já conheciam o Caraça e, como tiveram dois dias de boas chuvas, não puderam andar mais que pouco e então, resignada mas valentemente, mergulharam nas palestras, mesas redondas e exposições orais.
Anotei alguns campos abordados, temas e subtemas: as aventuras e os desafios do microscópio, o melanoma (um câncer da pele), o câncer de mama, o câncer da próstata, o sexo e o miocárdio, as alterações no fígado, as defesas por meios de produtos naturais contra estresse e diabetes, a hepatite alcoólica, etc. O horizonte destes estudos eram as membranas, as moléculas, os sólidos e líquidos produzidos pelas glândulas do nosso organismo. E a bela juventude, olhando para seus mestres e orientadores, enfrentou os temas, debateu-os, anotou, discutiu, ilustrou-os com experiências mostradas pelos meios eletrônicos. Foi impressionante ver o programa e a dedicação de todos, manhã, tarde e noite, ao estudo e enriquecimento didático e dialético.
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Mal se reservaram uma meia hora para o lobo-guará, no fim da tarde, comendo pipocas e bebendo o chá de erva-cidreira, e de novo, até as dez da noite, nos temas sérios do aprendizado em vista da profissão de professores, biólogos, farmacêuticos e médicos. Para o caso de chuva, tinham preparado alternativas, campeonato de xadrez, concurso de fotografias com meu nome, alguma caminhada na garoa e no chão escorregadio. Até lhes ofereci (mas não pude cumprir na tarde necessitada, por ter ido à capital para uma consulta médica) uma boa hora e meia de humorismo, que desopilasse os fígados e distraísse de tantos tipos de câncer e tantas mortes pela absoluta impossibilidade de deter mecanismos como viver e morrer… Convidei-os a voltar, em dia de sol (e ninguém aguentará deixar a natureza e ficar estudando mórbidos episódios da vida)… Sentiram que o Caraça é um ambiente propício para o estudo, sobretudo quando levado assim a sério.
A coordenação do Seminário esteve a cargo dos Professores Maria de Fátima Leite e Jáder Cruz, ambos da UFMG, auxiliados pelos competentes companheiros de magistério ou dedicados alunos Rodrigo, Andressa, Matheus, Débora.
Padre Lauro Palú, C.M.